Justiça condena escrivão da Polícia Civil acusado de assédio sexual dentro de delegacia em Franca, SP

Dra. Kátia Viegas
Dra. Kátia Viegas
29 Setembro 2023
Justiça condena escrivão da Polícia Civil acusado de assédio sexual dentro de delegacia em Franca, SP

A Justiça condenou, a oito anos de prisão em regime fechado, Thiago Borges Miguel, escrivão da Polícia Civil de Franca (SP) acusado de cometer abusos sexuais contra mulheres que iam a delegacia prestar depoimento. Miguel já está preso desde junho deste ano.

A sentença é referente a apenas um dos ao menos três processos que o agente responde. Além da prisão, ele também foi condenado a pagar uma indenização de R$ 30 mil à vítima em questão.

Em setembro de 2022, a mulher relatou à EPTV, afiliada da TV Globo, que o homem a obrigou a fazer sexo oral e que ele passou as mãos nas partes íntimas dela.

Na decisão, o juiz Orlando Brossi Junior considerou o ato como crime hediondo de estupro e que, por isso, o policial tem que cumprir a pena em regime fechado. Com a condenação, ele perde o cargo de escrivão que exerceu por 12 anos.

A reportagem procurou o advogado do réu, Carlos Constantino, e a Secretaria de Segurança Pública (SSP), mas não obteve retorno.

A corregedoria da Polícia Civil investiga os casos por meio de um procedimento administrativo. A arma e a carteira funcional do agente foram apreendidas.


Mulher que acusa escrivão de assédio sexual em Franca, SP, relata traumas: 'Não estou dormindo, não estou comendo'

 

Mesma forma de ação outras duas mulheres também relataram ter sofrido os abusos. No caso delas, porém, os processos ainda não tiveram uma decisão da Justiça.

Segundo a terceira vítima a detalhar o crime, a forma como o escrivão teria agido com ela e com as outras mulheres que procuraram a corregedoria para denunciar o agente é semelhante.

Durante procedimentos padrão de depoimento em uma sala da delegacia, a vítima relata que o homem pediu para ver o celular dela e iniciou a procura por fotos na galeria do aparelho. Ao encontrar fotos íntimas, ele então iniciou a uma série de comentários de cunho sexual.

"Ele ficou olhando meu celular um tempo, a gente ficou em silêncio e de repente ele foi na minha galeria de fotos, ele viu uma foto minha mais íntima, ele mostrou para mim, começou a rir e perguntou se era eu. Eu falei que era, mas perguntei o que tinha a ver a foto com o caso que ele estava me perguntando. E ele falou que ‘não, não é nada. Só quero saber se é você’, e rindo", relembra.

Depois de fazer os comentários, ele trancou a porta da sala e obrigando a mulher a receber sexo oral e, e em seguida, fazer nele. Durante o abuso, o escrivão estava com uma arma em cima da mesa proferindo intimidações, segundo depoimento da mulher.

"Ele colocou as mãos nos meus ombros por trás, no dia eu estava de vestido, e ele pegou e falou ‘agora eu quero ver se é você mesma na foto’. Aí eu simplesmente entrei em choque, eu não sabia o que eu fazia [...] Ele levantou meu vestido, afastou minha calcinha e fez sexo oral comigo. Eu estava tremendo muito, pedindo para ele parar com aquilo, aí ele falou que era para eu ficar normal, tranquila e sempre falando ‘eu sei onde você mora’, ‘eu sei que você tem duas filhas moças’, ‘então fica quietinha, o que está acontecendo aqui vai ficar aqui, não pode sair daqui’", diz a vítima.

Fonte: G1

Acompanhe meu perfil no Instagram e fique por dentro! 

Segurança jurídica começa com uma boa conversa.

Preencha os dados e aguarde o nosso time, até lá!

siga meu Instagram