Lei do superendividamento: orientação para médicos

Endividamento
06 Novembro 2025
Lei do superendividamento: orientação para médicos

A rotina médica envolve jornadas intensas, alto nível de responsabilidade e grande pressão emocional. Além disso, muitos profissionais enfrentam desafios financeiros que nem sempre são debatidos. A realidade é que boa parte dos médicos trabalha em mais de um vínculo de emprego, busca constante atualização profissional e precisa lidar com custos elevados, como aluguel de consultório, aquisição de equipamentos, congressos, especializações e manutenção de CRM e associações. Nesse cenário, é cada vez mais comum que surjam dívidas difíceis de administrar.

Para oferecer proteção e meios de renegociação justa, entrou em vigor a lei do superenvidamento, que tem como objetivo garantir que consumidores possam reorganizar suas finanças e recuperar o equilíbrio econômico, evitando práticas abusivas de crédito e oferecendo a possibilidade de acordos coletivos.

O que é a lei do superenvidamento

A lei do superenvidamento foi criada para proteger consumidores que comprometeram sua renda com dívidas a ponto de não conseguirem manter condições mínimas de vida. Ela reconhece que muitos endividamentos ocorrem de forma gradual, influenciados por juros abusivos, ofertas de crédito facilitado e ausência de orientação financeira.

Para os médicos, isso pode acontecer principalmente quando existe:

  • Acúmulo de financiamentos, cartões de crédito e empréstimos

  • Investimentos empresariais que não retornaram

  • Queda inesperada na renda devido a mudanças de agenda ou contratos

  • Despesas pessoais e familiares elevadas

  • Pressão pela atualização constante e compra de novos equipamentos

A lei permite que o devedor apresente um plano de pagamento realista, baseado em sua renda, preservando o mínimo para despesas essenciais como moradia, alimentação, saúde e educação.

Por que médicos têm sido afetados

Apesar de serem associados a boa remuneração, muitos médicos enfrentam instabilidade financeira. Isso acontece porque, em diversas fases da carreira, a renda é variável e o tempo disponível é escasso para planejamento financeiro.

Alguns fatores que contribuem para o endividamento entre médicos:

  • Início da carreira com bolsas baixas e plantões mal remunerados

  • Investimento elevado em cursos, provas de residência e deslocamentos

  • Pressão para abrir consultório ou clínica própria

  • Expectativa social de padrão de vida elevado

  • Falta de educação financeira durante a formação médica

Assim, sem uma estratégia clara de orçamento, as dívidas podem se acumular até se tornarem difíceis de administrar.

Como a lei ajuda na reorganização financeira

A lei do superenvidamento oferece ao profissional a possibilidade de negociar todas as suas dívidas ao mesmo tempo, diante de todos os credores, com supervisão judicial ou administrativa. Isso evita negociações individuais injustas, nas quais o consumidor fica em posição de fragilidade.

A lei permite:

  • Suspensão de cobranças abusivas

  • Proibição de ligações insistentes e constrangedoras

  • Reestruturação da dívida com prazos maiores

  • Redução de juros abusivos

  • Garantia de que parte da renda permaneça para despesas essenciais

O objetivo é devolver ao médico a capacidade de reorganizar seu orçamento e reconstruir sua vida financeira sem comprometer sua dignidade.

O que pode ser incluído na renegociação

Podem entrar no processo dívidas como:

  • Cartões de crédito

  • Cheque especial

  • Empréstimos pessoais

  • Financiamentos

  • Consignados

  • Contratos de consumo em geral

Não entram dívidas relacionadas a pensão alimentícia e impostos.

Como o médico pode iniciar o processo

  1. Análise detalhada da situação financeira
    Levantar todas as dívidas, prazos e juros envolvidos.

  2. Consultar um advogado especializado
    Profissionais do direito do consumidor ou gestão financeira médica podem orientar com precisão.

  3. Entrar com pedido administrativo ou judicial
    Dependendo do caso, a renegociação pode ocorrer em órgãos de defesa do consumidor ou no tribunal.

  4. Apresentar um plano realista de pagamento
    A proposta deve respeitar a renda e a manutenção de condições de vida básicas.

Educação financeira como prevenção

Mais do que reorganizar dívidas, a lei também alerta para a importância da educação financeira. Criar reservas emergenciais, separar contas pessoais das contas do consultório e compreender custos fixos são passos essenciais na proteção de longo prazo.

A lei do superenvidamento representa um avanço importante no reconhecimento da vulnerabilidade financeira que pode atingir qualquer pessoa, inclusive médicos. Ao garantir meios justos de renegociação, a lei permite recuperar não apenas o controle financeiro, mas também a tranquilidade emocional. Recuperar equilíbrio é possível, e o primeiro passo é buscar informação, assistência especializada e planejamento realista.

Autoria de Dra. Kátia Viegas por WMB Marketing Digital

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